"Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina"
Cora Coralina
Mas cheguei à conclusão de que meu dna já veio com o vírus do inconformismo. Ao invés de achar tudo lindo, vejo que não há muito o que comemorar. Congratulações são benvindas, pois essa é realmente uma profissão importante e complexa. Mas dai a avaliar que o quadro é cor de rosa, há uma boa distância.
Tudo começou quando, em 1847, D. Pedro I criou um decreto que instituiu o Ensino Elementar no Brasil. De acordo com a norma, todas as cidades e vilas brasileiras deveriam ter suas escolas de “primeiras letras”. Essa data foi oficializada como feriado escolar em plena ditadura, em 14 de outubro de 1963 (Decreto Federal 52.682/63). Que bom, mais um feriado... e...
Baixos salários, falta de reconhecimento, falta de incentivo à aperfeiçoamento, falta de tempo para pesquisas, rebaixamento da autoridade do professor pelas famílias e pela sociedade, poucas e parcas condições de trabalho, e se eu for enumerar tudo, um blog é pouco. Mas a profissão de professor ainda serve de mote de campanha política, a educação ainda é tema em vigor para gregos, troianos, bárbaros, nazistas, fascistas e palhaços (com meu respeito à essa denegrida profissão).
Ainda assim, devo dizer que é uma boa sensação quando alguém chega, do inesperado, no meio de um supermercado qualquer, ou numa rede social te encontra e te reconhece e te diz, puxa, aprendi muito com você, foi marcante prá mim. Ou quando alfabetizei aqueles operários que tinham tantos calos nas mãos e nem conseguiam segurar o pequeno lápis, e diziam: -Se eu tivesse tido essa atenção quando criança, não teria deixado de estudar.
Acho que é por isso que eu nunca acho que está tudo certo. Sem reflexão não podemos avançar, e ainda há muito a ser feito.
Um comentário:
Grande Tânia!!!
De fato, ser professor, de verdade, é meio como ser médico - é para poucos!!!
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