23 de nov. de 2010

Clic 2 - Cartier Bresson

Uma Leica. Era só isso que ele usava. Viveu de 1908 a 2004, pioneiro do fotojornalismo, com classe e muita alma. É isso que suas fotos tem: alma.  
O que prova que não é necessário grande parafernália, tecnologia, firulas para se produzir obras eternas.  

Um artista, retratou seu momento como nínguém. Também registrou a guerra, foi prisioneiro, e fugiu para se aliar à resistencia ao nazismo. Após a guerra se aliou a um grupo de grandes fotografos e criou a agência Magnum. Mas, em primeiro plano, sempre manteve as pessoas, o cotidiano, a vida acontecendo.

Aquele beijo é dele. Com as ressalvas de um erro que cometi em postagens anteriores.  

 

Cartier Bresson é um gênio da arte de fotografar. Um inovador do olhar, até então, de enquadramento convencional. Junto com outros grandes contemporâneos, como Cappa, trouxe o close para o cotidiano. E teve a sorte de ter vivido a Europa em seus dias mais glamurosos, mesmo durante a guerra.
Um mestre. E quando eu crescer, quero chegar lá...

18 de nov. de 2010

Reflexões. Pessoas, o tempo e afetos

              Esse que passou foi um fim se semana especial. Sim, feriado, chuva e frio. Mas o contato com pessoas que andavam um pouco distantes e que fazem parte de minha história foi intenso e em momentos diferentes, e isso trouxe um sabor de reflexão, reavivou lembranças, me fez pensar no presente e no futuro.
     Um
              O tio Arthur querido  fez 80 anos. Um dia espero chegar lá com a alegria de viver e o bom humor que ele tem. Sua história de vida não foi nada simples nem fácil, mas, se tenho em alguém um exemplo de vida e luta, esse alguém é ele. Foi ele o grande responsável por minha formação musical, além de bom pandeirista, é um piadista inteligente.
Tio Arthur, Luis Afonso e Luis Carlos e eu, claro.
              Em sua festa encontrei pessoas que há tempo não via e saudamos o fato de que não estarmos nos encontrando em nenhum velório.
              Penha e Sérgio, Cristiane, Fátima, Regina, Ana Lúcia, Léo e Lurdinha, 'seu' Quim...  
Temos que tomar as devidas providências para que isso não se torne inspiração para um texto no blog, por que então será rotina...
             Mas recordei das pessoas, as que estão por aqui e as que já se foram, os momentos que guardo na memória, cheiros e sons, dias de infância. Cheiro de alecrim do jardim, do aperto de mão forte do primo, do bolo que nos recebia, do caminho na janela do carro. Gente afetiva, simples e sempre sorrindo prá batalha da vida. Gente. Da boa.
         Dois
             Big Pedro veio em casa. Tava meio quieto, conheço. Perdeu pros garotos no botão... Vai entrar com recurso... Acho vou recorrer no STJD, dopado não! Foi tudo culpa do amendoim com groselha?  Não é justo! Da próxima vez vou comprar tremosso. Com fanta.
             E foi embora sem lhe mostrar algumas relíquias arqueológicas que achei por aqui. Fica prá próxima, com a Teca junto dessa vez!

          Três
        Rio de Janeiro, gosto de você! E prometemos solenemente tentar aparecer por ai logo logo.   Wilminha e Vaninha, tô com saudade.


Paixões antigas - Primeiro clic

     Pode parar que não vou contar nada...do que está pensando!

     Esses dias andei pela madrugada vendo um documentário sobre um fotógrafo importante, de quem eu já tinha visto muitos trabalhos e com certeza você também, leitor.
     Fotos são 'textos'. Passam mensagens sempre e fico com Décio Pignatari que diz que não se deve analisar poesia pois a linguagem é a do sentimento. Acho que com as fotos´acontece o mesmo, portanto, melhor olhar e sentir do que dizer.
     Por causa desse documentário, lá do fundo brotou uma paixão antiga que estava adormecida: A fotografia.
                    Esse era o cara:
Robert Capa.

       Não dá prá descrever, apenas ver suas fotos, e já decidi. Vou retomar paixões. Essa é uma delas. Por enquanto, vou postar uma série de fotógrafos que me tocaram algum dia.
Capa esteve presente em momentos históricos fundamentais do século XX e uma mina no início da guerra do Vietnam em 1953, encerrou sua história.


Segunda Guerra

Crianças na neve





Paz

Até os próximos clics.

1 de nov. de 2010

Manifesto

          Preciso me manifestar. Mesmo que digam aqui em casa que ando panfletária. Ora, afinal, não dá prá ficar calada.
          Mulher, ex-guerrilheira, disputando a primeira eleição, séria, inteligente e lider. É prá comemorar.
          Ultrapassar a ignorância da chuva de e-mails preconceituosos, calúnias, mentiras, jogo baixo. Tolerar a fala e a ignorância de quem tem preguiça de ler e se informar sobre os reais progressos que o atual governo tem conseguido. Não é prá qualquer um.
          O governo do presidente Lula não foi perfeito, poderia ter sido melhor em diversos aspectos. Mas no balanço geral, a opção pelos menos favorecidos foi determinante para que se inicie um processo de reequilíbrio social, que pode trazer para o país a médio prazo um aumento na qualidade de vida, na produção e consumo de bens e consequentemente mais empregos e renda, que por sua vez trará equilíbrio econômico, e na retomada do desenvolvimento de ciência e tecnologia; coisa que não foi antes realizada neste país. E, ao invés de observar a valorização dessas conquistas, o que se percebe é um ranço de preconceito e desdém de uma parte da população.         
          Analiso o discurso da classe média paulista, da qual faço parte aliás, como amedrontada pelo perigo de encontrar a sua doméstica na mesma loja em que compra no shopping... Ou por não ter quem contratar sem carteira assinada alguém prá fazer aqueles serviços que não são tão bonitos e que não se quer fazer...
           Sempre crítico, o grande escritor Monteiro Lobato era um observador dos principais problemas sociais do país, e já por aqueles tempos percebia a importância de se interferir em questões estruturais  mais amplas, como pode se observar nessa frase:
                   Todos os nossos males, econômicos, financeiros e morais, (...) provêm de uma causa única: pobreza, anemia econômica. Vou além: miséria. Obs.: Carta a Alarico Silveira, Nova York, 3/5/1928.
          Se Lobato tivesse conhecido Lula, não estaria orgulhoso por observar as opções da política atual? Penso que sim. Em outra ocasião, ao manifestar sua opinião sobre a necessidade de ampliar a alfabetização a todos os brasileiros a um grande veículo paulista, ele foi interpelado por um jornalista que soltou essa pérola: -Meu caro Lobato, se todos forem alfabetizados, quem irá querer pegar no cabo da enxada?           
           Esse é reflexo do pensamento da classe dominante, rica, ilustrada desse país, que não quer perder seus privilégios, confortos e boquinhas...
          Com todo o respeito à diversidade de opiniões, percebo que as análises e manifestações contra esse atual governo e o eleito, são carregadas de pouca informação, leituras de revistas e jornais tendenciosos, visões superficiais e de pouca abrangência.
          Vamos combinar: todos aqui pelo sul reclamavam da grande imigração, da falta de empregos prá tanta gente, da 'deseducação' de quem vinha tentar a vida no sul. Já ouvi frases como 'Nordestinos são moles, indolentes'... 'Esses caras não querem trabalhar' etc. o que, diga-se, é uma grande mentira. De uns anos prá cá não tem mais acontecido grande movimentação migratória, por que será? Teremos que importar mão de obra?? Ou iremos pagar bem???
           E se o nordeste prosperar, será que os industriais e grandes comerciantes não se beneficiarão? E se a economia se equilibrar, não será bom para todos? Ah, mas como irei perder minha hegemonia de classe dominante ??  Ora, meu empregado também trocará de carro todo ano??? Mas puxa, até o porteiro do prédio tem orkut...E terá até aplicação financeira??? Nossa... 
           Panfletária ou não, minha opinião é a de que possamos melhorar essa forma de pensar. De conversas informais no dia a dia a ações educativas planejadas, é necessário o cultivo do livre pensar, o estímulo à reflexão e à comparação de opiniões, rejeitando a parcialidade, o preconceito e o dogmatismo. E espero contribuir para isso nos próximos anos.
           Parabéns mulher. Parabéns Brasil. E vamos à luta.