Nasci aqui e faço questão de dizer que amo essa cidade. Já foi bem melhor estar aqui. A qualidade de vida era outra em geral, mas acho importante que ninguém se esqueça que São Paulo foi crescendo em ritmo e forma desordenada e desgovernada. Há anos não temos alguém que ama a cidade em cargos importantes, o que me faz comparar a cidade a uma mulher explorada... Quem se candidata a segurar esse rojão, nunca pensa em cuidar da própria cidade, mas sim, de aparecer como 'aquele que fez' ou aquele 'herói' que administrou a maior cidade do país, e que portanto, em tese é apto a pleitear cargos melhores como o de governador, senador ou presidente. E a cidade vai ficando....
Junto deste, vai um texto que complementa essa idéia.
Apesar de tudo. Parabéns cidade!
São Paulo: 456 anos e o caos de presente
Dentro de poucas horas a cidade de São Paulo estará comemorando os seus 456 anos de vida. Uma longa trajetória que começou quando os jesuítas resolveram subir a Serra do Mar e formar um colégio para catequizar indígenas, numa colina localizada entre os rios Anhangabaú e Tamanduateí, no Planalto de Piratininga, em janeiro, pleno verão de 1554. E, de lá para cá, muitas coisas aconteceram então.
Aquele pequeno grupo que convivia em meio à natureza, num clima bastante agradável, deu lugar, paulatinamente, a uma gigantesca floresta de concreto, cheia de viadutos, arranha céus, automóveis e concentrações de pessoas. Metamorfoseou-se na maior cidade do país e alcançou hoje cerca de 11 milhões de habitantes, distribuídos num território de 1509 km2. É o centro de uma imensa região metropolitana abrigando 39 municípios que, em conjunto, chegam a 19 milhões de habitantes e atinge a 4ª posição entre as maiores aglomerações urbanas do planeta.
Pólo de destaque no campo de turismo de negócios. Possui mais de 550 hotéis e disponibiliza aos seus visitantes cerca de 50 mil quartos. Tem, segundo a revista Veja (2006), em média, um evento a cada 6 minutos. É o maior centro financeiro do país. Conta com mais de 70 shopping-centers e 12 mil restaurantes, numa culinária variadíssima, envolvendo pratos brasileiros e internacionais. Oferece centenas de cinemas, muitos teatros, vários museus e galerias. Tem universidades respeitadas como a USP, a PUC-SP, a Mackenzie e faculdades de alto nível como a FGV e a ESPM, entre mais de 140 escolas de ensino superior. Computa, aproximadamente, do ensino pré-escolar ao médio, 2,3 milhões de matriculados e 130 mil docentes (2007). Belos números e proporções.
Os paulistanos vêm, aos poucos, passando por um processo de ‘feminilização’, isto é, aumentando o número do gênero feminino em relação ao masculino, estimando-se atualmente um número de 9 homens para cada 10 mulheres que aqui vivem. Assim como apresentam também um processo de envelhecimento considerável: em 1991, havia em média 18 idosos para cada grupo de 100 crianças, aumentando para 25 por 100 no ano 2000. Desde os anos 1980, tanto por conta das saídas das indústrias para outras regiões do Estado e do próprio território nacional quanto da própria queda das taxas de natalidade no país, vem ocorrendo um menor crescimento demográfico que está, atualmente, em torno dos 1,2% ao ano aproximadamente. Todavia, é facilmente perceptível que nos distritos mais afastados do Centro há um aumento do contingente populacional, naquilo que é chamado de periferização.
São alguns dados que espelham a cidade. Aquela que, durante os anos 1940 e 50, tinha como slogan ‘locomotiva do Brasil’, ‘a cidade que mais cresce’ e, para reforçar, ‘São Paulo não pode parar’. Um acenar de terra próspera, de oportunidades. Um ‘eldorado’ de consumo. Para migrantes, imigrantes e locais. Desejo de muitos.
Evidentemente poder e riqueza atraem gente proba e bem intencionada em relação à sua gestão. Só que também magnetiza ganância, oportunismo e outros congêneres pouco éticos. E a coisa então, se não for contida, entorna. Complica bastante, pois, tudo, como vimos, é superlativo. E assim se deu. A cidade grita dores por más administrações, pouco criativas e desumanas, que não são mais possíveis de serem escamoteadas.
Para começar, um munícipe que tenha mínima consciência crítica não deve ficar feliz ao ver que, depois do candidato ter se elegido com seu voto afirmando aos 4 ventos não ser carreirista e que jamais usaria a máquina paulistana como trampolim a outros níveis, desdizer tudo, sair e ficar por isso mesmo. É muito ruim. Ninguém gosta de ser chamado de trouxa. E, para piorar, não observar perspectivas melhores com essa brincadeira. Assim, a falta de paciência começa a se fazer refletir na opinião pública local que, aliás, é bem conformada. Ou melhor, bem conservadora, tanto que cedeu mais uma chance àquele que herdou o seu abandonado trono. Mas, tudo tem limites. Até para a passividade paulistana.
Pesquisa publicada dias atrás pelo Movimento Nossa São Paulo http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/ – apartidário, diga-se – aponta que 57% da população está insatisfeita em morar na capital e quer mudar de cidade. Numa escala de 1 a 10 os paulistanos avaliam sua qualidade de vida com nota 4,8, ou seja, abaixo da média. De 2009 para 2010 aumentaram os medos de assalto/roubo (57% para 65%); sair à noite (17% para 26%); trânsito (16% para 18%); atropelamentos (7% para13%); torcidas de futebol (6% para 11%) e dirigir (2% para 5%).
87% acreditam que a cidade é muito perigosa para viver. Alem dos crimes veiculados aos montes pela imprensa diariamente paira ainda na memória dos paulistanos o mês de maio de 2006 quando a cidade ficou em estado de choque pela ação do crime organizado cometida pelo grupo PCC. O comércio chegou a fechar. Escolas cancelaram aulas. As pessoas deixaram de sair de casa, amedrontadas com a ausência do poder público. ‘A maior ofensiva do crime organizado já registrada no país’, escrevia o Portal Terra em 14 de Maio daquele ano. Tudo na terra dos bandeirantes...
E o transito? Transporte e transito, questões essenciais para o paulistano, tiveram nota 4 na pesquisa. Por exemplo, com a pressa das eleições presidenciais 2010 o governador e o prefeito criaram uma inacreditável agenda acelerada de obras para as vias marginais da cidade onde, inclusive, fecharam parcialmente todas suas pontes. Resultado é uma sucessão super ampliada do que já é cenário na cidade: engarrafamentos constantes. E potencializada por uma outra situação redundante para quem vive em São Paulo: as chuvas de verão. Um drama total que eleva o gasto de combustível à estratosfera e atrasa todo mundo nos últimos meses. Tentar escapar por ônibus e metrô? Experimentem às 7 da manhã as conduções agradáveis... Incompetência de gestão pública ardendo na população em detrimento da aceleração de carreiras políticas. A questão de transparência e de participação dos assuntos ligados à população teve nota 3,3 na pesquisa do Movimento Nossa São Paulo.
Por falar em chuvas, o Estadão publicou em 08/01/2010 que alagamentos aterrorizam motoristas. Estampava a manchete: "Em 2009, capital registrou recorde de alagamento de ruas" e ‘Volume das chuvas não é a única justificativa para o problema, pois meses mais secos também tiveram casos’. Em 9/12 a Agência Estado, noticiando as enchentes, dizia que o prefeito “voltou a afirmar que não houve caos após as chuvas de ontem e que a cidade vive ‘um bom momento’ em seu sistema de planejamento de drenagem.” E, garantia o governador, “nunca se investiu tanto contra enchentes”. Mas, segundo o tradicional matutino: “do R$ 1,1 bilhão reservado para o combate aos efeitos da chuva nos quatro anos, Kassab investiu R$ 751 milhões. Já a gestão do governador José Serra (PSDB) investiu menos da metade do previsto em obras na Bacia do Alto Tietê em 2009. O orçamento para este ano é de R$ 188 milhões, mas apenas R$ 71 milhões haviam sido empenhados (reservados para gasto) até outubro. A situação não vai melhorar no próximo ano, já que o orçamento para 2010 foi reduzido em 61%. A verba estadual para os serviços e obras na bacia do Tietê será de R$ 72,8 milhões.(09/12/2009)” Curiosamente, a Folha de São Paulo (29/12/2009) apontava que propagandas sobre a marginal e o Rodoanel, obras estaduais, teriam uma ‘ofensiva publicitária’ com peças “produzidas por duas agências cujos contratos com o governo somam R$ 50 milhões por ano”. Então, não falta dinheiro? E o governo municipal reduziu os gastos com coleta de lixo... Aliás, dias atrás, no “Entre Aspas” da Globo News o prof. da Politécnica-USP Julio Cerqueira Cesar, que participou da equipe que projetou a calha do Tietê em 1983-86, afirmou que ‘antes de a obra ficar pronta, já se sabia que a calha não seria suficiente para a vazão do rio’. E explicou a razão das enchentes no Tietê: ‘A culpa toda é do Governo de São Paulo que levou 3 anos sem promover dragagem na calha do rio e, atualmente, faz apenas 40% do necessário’. Tudo isso é profundamente lamentável. Uma vergonha para os paulistanos que pagam tanto imposto e depositaram sua confiança nessa equipe. A propósito, o PSDB está no governo local há 16 anos ininterruptos, é bom que se recordem ao pensar também em saúde, educação etc.
Submerso nesse caos urbano, onde nem tocaremos no escândalo do Jardim Pantanal, zona leste, alagado desde 8 de Dezembro e vitimando milhares de pessoas humildes, não é difícil perceber que as reformas da marginal só irão postergar outros engarrafamentos porque os carros se multiplicam, especialmente se a economia permanecer crescendo. É mais um paliativo, outra contribuição não ecológica, que estimula andar de automóveis, amplia o concreto nesta cidade e, mais uma vez, aperta o rio Tiete, personagem histórico desta urbe, originalmente cheio de curvas, peixes e lagoas vizinhas.
Parabéns, São Paulo, mas não esqueça as galochas, o bote e o inseticida contra a dengue nos festejos. Que seu presente venha em forma não de abandono, mas sim de movimentos cívicos críticos e conscientes da sociedade em direção a uma cidade menos roubada em seus anseios.
É isso ai!
Dentro de poucas horas a cidade de São Paulo estará comemorando os seus 456 anos de vida. Uma longa trajetória que começou quando os jesuítas resolveram subir a Serra do Mar e formar um colégio para catequizar indígenas, numa colina localizada entre os rios Anhangabaú e Tamanduateí, no Planalto de Piratininga, em janeiro, pleno verão de 1554. E, de lá para cá, muitas coisas aconteceram então.
Aquele pequeno grupo que convivia em meio à natureza, num clima bastante agradável, deu lugar, paulatinamente, a uma gigantesca floresta de concreto, cheia de viadutos, arranha céus, automóveis e concentrações de pessoas. Metamorfoseou-se na maior cidade do país e alcançou hoje cerca de 11 milhões de habitantes, distribuídos num território de 1509 km2. É o centro de uma imensa região metropolitana abrigando 39 municípios que, em conjunto, chegam a 19 milhões de habitantes e atinge a 4ª posição entre as maiores aglomerações urbanas do planeta.
Pólo de destaque no campo de turismo de negócios. Possui mais de 550 hotéis e disponibiliza aos seus visitantes cerca de 50 mil quartos. Tem, segundo a revista Veja (2006), em média, um evento a cada 6 minutos. É o maior centro financeiro do país. Conta com mais de 70 shopping-centers e 12 mil restaurantes, numa culinária variadíssima, envolvendo pratos brasileiros e internacionais. Oferece centenas de cinemas, muitos teatros, vários museus e galerias. Tem universidades respeitadas como a USP, a PUC-SP, a Mackenzie e faculdades de alto nível como a FGV e a ESPM, entre mais de 140 escolas de ensino superior. Computa, aproximadamente, do ensino pré-escolar ao médio, 2,3 milhões de matriculados e 130 mil docentes (2007). Belos números e proporções.
Os paulistanos vêm, aos poucos, passando por um processo de ‘feminilização’, isto é, aumentando o número do gênero feminino em relação ao masculino, estimando-se atualmente um número de 9 homens para cada 10 mulheres que aqui vivem. Assim como apresentam também um processo de envelhecimento considerável: em 1991, havia em média 18 idosos para cada grupo de 100 crianças, aumentando para 25 por 100 no ano 2000. Desde os anos 1980, tanto por conta das saídas das indústrias para outras regiões do Estado e do próprio território nacional quanto da própria queda das taxas de natalidade no país, vem ocorrendo um menor crescimento demográfico que está, atualmente, em torno dos 1,2% ao ano aproximadamente. Todavia, é facilmente perceptível que nos distritos mais afastados do Centro há um aumento do contingente populacional, naquilo que é chamado de periferização.
São alguns dados que espelham a cidade. Aquela que, durante os anos 1940 e 50, tinha como slogan ‘locomotiva do Brasil’, ‘a cidade que mais cresce’ e, para reforçar, ‘São Paulo não pode parar’. Um acenar de terra próspera, de oportunidades. Um ‘eldorado’ de consumo. Para migrantes, imigrantes e locais. Desejo de muitos.
Evidentemente poder e riqueza atraem gente proba e bem intencionada em relação à sua gestão. Só que também magnetiza ganância, oportunismo e outros congêneres pouco éticos. E a coisa então, se não for contida, entorna. Complica bastante, pois, tudo, como vimos, é superlativo. E assim se deu. A cidade grita dores por más administrações, pouco criativas e desumanas, que não são mais possíveis de serem escamoteadas.
Para começar, um munícipe que tenha mínima consciência crítica não deve ficar feliz ao ver que, depois do candidato ter se elegido com seu voto afirmando aos 4 ventos não ser carreirista e que jamais usaria a máquina paulistana como trampolim a outros níveis, desdizer tudo, sair e ficar por isso mesmo. É muito ruim. Ninguém gosta de ser chamado de trouxa. E, para piorar, não observar perspectivas melhores com essa brincadeira. Assim, a falta de paciência começa a se fazer refletir na opinião pública local que, aliás, é bem conformada. Ou melhor, bem conservadora, tanto que cedeu mais uma chance àquele que herdou o seu abandonado trono. Mas, tudo tem limites. Até para a passividade paulistana.
Pesquisa publicada dias atrás pelo Movimento Nossa São Paulo http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/ – apartidário, diga-se – aponta que 57% da população está insatisfeita em morar na capital e quer mudar de cidade. Numa escala de 1 a 10 os paulistanos avaliam sua qualidade de vida com nota 4,8, ou seja, abaixo da média. De 2009 para 2010 aumentaram os medos de assalto/roubo (57% para 65%); sair à noite (17% para 26%); trânsito (16% para 18%); atropelamentos (7% para13%); torcidas de futebol (6% para 11%) e dirigir (2% para 5%).
87% acreditam que a cidade é muito perigosa para viver. Alem dos crimes veiculados aos montes pela imprensa diariamente paira ainda na memória dos paulistanos o mês de maio de 2006 quando a cidade ficou em estado de choque pela ação do crime organizado cometida pelo grupo PCC. O comércio chegou a fechar. Escolas cancelaram aulas. As pessoas deixaram de sair de casa, amedrontadas com a ausência do poder público. ‘A maior ofensiva do crime organizado já registrada no país’, escrevia o Portal Terra em 14 de Maio daquele ano. Tudo na terra dos bandeirantes...
E o transito? Transporte e transito, questões essenciais para o paulistano, tiveram nota 4 na pesquisa. Por exemplo, com a pressa das eleições presidenciais 2010 o governador e o prefeito criaram uma inacreditável agenda acelerada de obras para as vias marginais da cidade onde, inclusive, fecharam parcialmente todas suas pontes. Resultado é uma sucessão super ampliada do que já é cenário na cidade: engarrafamentos constantes. E potencializada por uma outra situação redundante para quem vive em São Paulo: as chuvas de verão. Um drama total que eleva o gasto de combustível à estratosfera e atrasa todo mundo nos últimos meses. Tentar escapar por ônibus e metrô? Experimentem às 7 da manhã as conduções agradáveis... Incompetência de gestão pública ardendo na população em detrimento da aceleração de carreiras políticas. A questão de transparência e de participação dos assuntos ligados à população teve nota 3,3 na pesquisa do Movimento Nossa São Paulo.
Por falar em chuvas, o Estadão publicou em 08/01/2010 que alagamentos aterrorizam motoristas. Estampava a manchete: "Em 2009, capital registrou recorde de alagamento de ruas" e ‘Volume das chuvas não é a única justificativa para o problema, pois meses mais secos também tiveram casos’. Em 9/12 a Agência Estado, noticiando as enchentes, dizia que o prefeito “voltou a afirmar que não houve caos após as chuvas de ontem e que a cidade vive ‘um bom momento’ em seu sistema de planejamento de drenagem.” E, garantia o governador, “nunca se investiu tanto contra enchentes”. Mas, segundo o tradicional matutino: “do R$ 1,1 bilhão reservado para o combate aos efeitos da chuva nos quatro anos, Kassab investiu R$ 751 milhões. Já a gestão do governador José Serra (PSDB) investiu menos da metade do previsto em obras na Bacia do Alto Tietê em 2009. O orçamento para este ano é de R$ 188 milhões, mas apenas R$ 71 milhões haviam sido empenhados (reservados para gasto) até outubro. A situação não vai melhorar no próximo ano, já que o orçamento para 2010 foi reduzido em 61%. A verba estadual para os serviços e obras na bacia do Tietê será de R$ 72,8 milhões.(09/12/2009)” Curiosamente, a Folha de São Paulo (29/12/2009) apontava que propagandas sobre a marginal e o Rodoanel, obras estaduais, teriam uma ‘ofensiva publicitária’ com peças “produzidas por duas agências cujos contratos com o governo somam R$ 50 milhões por ano”. Então, não falta dinheiro? E o governo municipal reduziu os gastos com coleta de lixo... Aliás, dias atrás, no “Entre Aspas” da Globo News o prof. da Politécnica-USP Julio Cerqueira Cesar, que participou da equipe que projetou a calha do Tietê em 1983-86, afirmou que ‘antes de a obra ficar pronta, já se sabia que a calha não seria suficiente para a vazão do rio’. E explicou a razão das enchentes no Tietê: ‘A culpa toda é do Governo de São Paulo que levou 3 anos sem promover dragagem na calha do rio e, atualmente, faz apenas 40% do necessário’. Tudo isso é profundamente lamentável. Uma vergonha para os paulistanos que pagam tanto imposto e depositaram sua confiança nessa equipe. A propósito, o PSDB está no governo local há 16 anos ininterruptos, é bom que se recordem ao pensar também em saúde, educação etc.
Submerso nesse caos urbano, onde nem tocaremos no escândalo do Jardim Pantanal, zona leste, alagado desde 8 de Dezembro e vitimando milhares de pessoas humildes, não é difícil perceber que as reformas da marginal só irão postergar outros engarrafamentos porque os carros se multiplicam, especialmente se a economia permanecer crescendo. É mais um paliativo, outra contribuição não ecológica, que estimula andar de automóveis, amplia o concreto nesta cidade e, mais uma vez, aperta o rio Tiete, personagem histórico desta urbe, originalmente cheio de curvas, peixes e lagoas vizinhas.
Parabéns, São Paulo, mas não esqueça as galochas, o bote e o inseticida contra a dengue nos festejos. Que seu presente venha em forma não de abandono, mas sim de movimentos cívicos críticos e conscientes da sociedade em direção a uma cidade menos roubada em seus anseios.
São Paulo, 23 de janeiro de 2010
José de Almeida Amaral Junior
Professor universitário em Ciências Sociais
Economista, pós-graduado em Sociologia e mestre em Políticas de Educação
É isso ai!
Nenhum comentário:
Postar um comentário